Drogas

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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Drogas matam!

O que leva um jovem a experimentar as drogas não são os problemas emocionais da adolescência, mas a curiosidade. Afinal, o que as pessoas sentem quando usam drogas? Que tipo de prazer elas dão? A cada dia, sentimos uma necessidade ainda maior em desvendar o mistério de algo que a sociedade tenta ocultar e proibir. Campanhas e propagandas só nos incentivam a dizer não às drogas – pois então, vamos saber o que deve ser negado e porquê.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) chama de droga toda e qualquer substância que, introduzida em um organismo vivo, pode modificar uma ou mais de suas funções. O termo “droga” vem do holandês “droog” e quer dizer “folha seca”, porque todos os medicamentos eram feitos de vegetais.

A História indica que as ervas entorpecentes são usadas há pelo menos 6 mil anos. Os sumerianos (atual Irã) usavam a papoula de ópio para fazer contato com deuses, espíritos e demônios. Os europeus queimavam maconha dentro das tendas para inalar vapores. Em 1776, a morfina era usada para garantir alívio aos soldados que lutavam na guerra civil norte-americana. E, durante a 2.ª Guerra Mundial os médicos receitavam anfetaminas para minimizar o cansaço dos combatentes. Por muitos anos, o cultivo e comércio das drogas foi livre. Só em 1914 houve a proibição, dando início a um mercado negro que, hoje, movimenta milhões e milhões de dólares pelo mundo.

A maioria dos jovens que usam drogas garante que experimentou por curiosidade, para saber que tipo de sensações a química proporcionaria. De acordo com os médicos, porém, na imensa maioria das vezes, quem experimenta uma droga pela primeira vez diz que não sentiu absolutamente nada. Algumas pessoas têm que tentar várias vezes para começar a perceber uma diferença.

Outra razão bastante forte para o jovem procurar as drogas é a necessidade de um “remédio” para seus problemas, sejam eles físicos ou emocionais. Muitas vezes, sentimo-nos tão depressivos, tão tímidos, tão incapazes, que seríamos capazes de buscar qualquer “remédio” que nos trouxesse alívio – e vamos direto às bebidas e às drogas. Certo, ambos alteram consideravelmente nosso estado de humor e espírito, proporcionando sensação de poder e força física e mental. Só que os efeitos passam e, aí, teremos três problemas: o mal-estar volta, o arrependimento bate à nossa porta e a dependência começa a se instalar.

De qualquer forma, estamos iniciando a vida adulta, ganhamos autonomia, queremos desafiar o mundo, ultrapassar barreiras e entender o que há de tão perigoso nessas substâncias. Então, antes de buscar essa “auto-medicação”, vamos matar nossa curiosidade e saber mais sobre algumas delas.


Crianças e as Drogas.


As crianças também podem se tornar dependentes de drogas. E não são apenas meninos e meninas de rua, vistos a qualquer hora do dia cheirando cola de sapateiro ou outros inalantes, que estão vulneráveis ao problema. Crianças de classe média e alta podem começar no vício sem que os pais percebam.
É o que afirma a psicóloga Maria Heloísa Bernardo, do Centro de Tratamento Bezerra de Menezes, que alerta para o uso de substâncias químicas na infância, principalmente álcool e remédios. “A partir de 11 ou 12 anos, já vemos vários casos. Geralmente, é preciso tratar a família também, pois o problema não é só da criança”, disse.
Maria Heloísa afirmou que a maioria das famílias comete o chamado erro pedagógico. “Os pais agem de forma equivocada, achando que estão certos. Ter bebidas ao alcance da criança e beber freqüentemente na frente delas pode causar um efeito negativo.”
A maneira de lidar com o álcool ou medicamentos é o que pode levar a criança a ter uma idéia errada das drogas. “A pessoa fica nervosa ou estressada no trabalho, chega em casa e toma uma dose para relaxar. Ou então, recorre a calmantes e outros medicamentos. A criança absorve a seguinte mensagem: quando eu tiver um problema, posso beber ou usar medicamentos para resolver”, disse a psicológa.
Alguns sinais podem ajudar os pais a perceber se a criança ou o adolescente está envolvido com drogas. Falta de motivação, atrasos e queda do rendimento escolar, perda de memória e de concentração, agressividade, apatia, desaparecimento de objetos ou dinheiro, mudança repentina de hábitos, olhos vermelhos e odores diferentes.
Doença fatal – Segundo Maria Heloísa, a dependência química é uma das doenças mais democráticas que existem. “Infelizmente, encontramos dependentes de todas as faixas etárias, níveis sociais e econômicos e de ambos os sexos.”
A dependência é uma doença primária, crônica, progressiva e fatal. “É preciso entender que se a pessoa tem predisposição para a dependência, ela irá se viciar em alguma substância. Pode ser álcool, medicamentos, cocaína ou outros. Dependência não é falha de caráter ou fraqueza da pessoa”, disse a especialista.
A psicológa explicou que, de acordo com a personalidade de cada um e de seus gostos pessoais, é feita a escolha da droga. “Se a pessoa é muito agitada, vai preferir a cocaína, por exemplo. Alguém mais calmo vai se identificar com a maconha ou o álcool”, disse.

Jovens e as drogas


APESAR dos riscos bem-conhecidos, as pessoas continuam a abusar de drogas, e esse abuso continua a destruir vidas. Esse vício custa aos Estados Unidos uns 100 bilhões de dólares por ano em serviços de saúde, perdas na produtividade do trabalho, ganhos perdidos e crime. Mas talvez sejam os jovens — praticamente crianças — que pagam o preço mais alto. Segundo um estudo realizado no Brasil e publicado no Jornal da Tarde, 24,7% dos jovens entre 10 e 17 anos já experimentaram algum tipo de droga.
Nos Estados Unidos, embora o uso de drogas por parte de adolescentes possa ter diminuído um pouco nos últimos anos, o número de jovens viciados é alarmante. Veja o caso dos alunos no último ano do ensino médio. De acordo com um estudo, 37% haviam pelo menos experimentado maconha no ano anterior. Um dentre 5 havia usado no mês anterior. Quase 1 dentre 10 havia experimentado a droga ecstasy no ano anterior. Mais de 6% tinham experimentado LSD.
Os relatórios de todo o mundo são sombrios. A Agência Britânica de Estatística Nacional informa que “12% dos alunos de 11 a 15 anos de idade haviam usado drogas no ano anterior .&nbsp. . A maconha era em muito a droga mais usada”. Em especial alarmante foi o fato de que “a mais de um terço (35%) havia sido oferecida uma ou mais drogas”.
Um relatório da União Européia também revelou que, entre os jovens, “beber até se embriagar é cada vez mais comum”. O relatório acrescenta que esse “abuso do álcool está relacionado com vários efeitos negativos a curto prazo, tais como acidentes, violência e intoxicação, além de problemas de desenvolvimento e sociais”. Do Japão vem a informação de que ‘as drogas mais usadas pelos adolescentes locais são solventes orgânicos, que podem levar ao uso de outras drogas’.
A oferta de drogas e a pressão de colegas também aumentam a possibilidade de o jovem entrar nesse comportamento autodestrutivo. “Meus pais nunca me falaram sobre drogas. Na escola, os professores mencionavam o problema mas sem entrar em detalhes”, explica Luiz Antonio, um jovem brasileiro. Incentivado por colegas de escola, ele começou a usar drogas aos 14 anos de idade. Mais tarde, quando tentou parar, seus “amigos” fornecedores de droga pressionaram-no à ponta de faca a continuar o hábito!

Drogas


Quando os assuntos são drogas e violência, não basta apenas a repressão por parte da polícia. Educação e prevenção são as atitudes mais adequadas para evitar o surgimento de novos crimes. E esse trabalho deve ser feito o quanto antes, principalmente com as crianças, para conscientizá-las dos prejuízos que as drogas e a violência trazem. Com esse objetivo, alunos da 4.ª série do ensino fundamental de escolas públicas e particulares de Curitiba estão passando pelo Programa Educacional de Restrição às Drogas e à Violência, desenvolvido pela Polícia Militar.
O projeto consiste em 16 encontros com um policial dentro da escola. Em cada aula semanal, com duração média de uma hora, a criança passa orientações de como se portar em situações de violência e denunciar alguém que comercializa drogas sem se expor (a pessoa deve ligar para os telefones 161 ou 181). "O policial também passa ensinamentos de valorização da vida, os malefícios das drogas, o mal da dependência química, entre outros. Há ainda um resgate de valores sociais. É uma alternativa de como ter uma vida melhor", afirma a major Rita Aparecida de Oliveira, vice-coordenadora do programa e vice-presidente do Conselho Estadual Anti-Drogas da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania. No último encontro, os alunos fazem uma redação sobre o que aprenderam. Depois, o grupo participa de uma formatura com direito a diploma.
O programa está presente em 58 países e chegou no Brasil em 1992, no Rio de Janeiro. "A idéia surgiu em Los Angeles, nos Estados Unidos, quando a polícia e um grupo de educadores chegaram à conclusão de que não adiantava só a repressão, mas também era preciso investir em educação", explica a major. O projeto está sendo aplicado desde 2000 no Paraná e atendeu neste período a 302 mil crianças. Somente no primeiro semestre deste ano, o programa atingiu 56 mil alunos em 164 municípios.
Segundo a vice-coordenadora, o trabalho também visa ao resgate do respeito pelas autoridades. Por isso o policial fica fardado dentro da sala de aula. "O adulto passa para a criança que a polícia é somente repressora. Mas estamos mudando esses pensamentos ao vivenciar com as crianças laços afetivos, de muito carinho. Isso gera confiança", comenta Rita.
Os oito mil alunos de escolas de Curitiba que passaram pelo programa neste semestre vão participar da formatura no próximo dia 29, no quartel do Comando Geral da Polícia Militar. A escola interessada em ingressar no programa pode procurar o batalhão mais próximo ou entrar em contato pelos telefones (41) 304-4735, 304-4748 e 304-4749.